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O que eu não vi

Tinha 15 anos quando cheguei.

Foi uma descoberta extraordinária de calor, cheiros e cores… Pela primeira vez tive amigos.  Com eles vadiava por todo o lado de bicicleta… Adquiri uma sólida cultura de música popular anglo-americana… Devorei sem rumo dezenas e dezenas de livros numa biblioteca abandonada do Consulado de França… Participei em caçadas inesquecíveis… Descobri que as raparigas eram um assunto fascinante e complicado… Com alguns amigos vivi loucuras automobilísticas.  Sobrevivi tendo apenas esmurrado os carros dos meus pais em algumas ocasiões… Descobri os surrealistas, o jazz e a fotografia… Uma namorada levou-me ao primeiro concerto de música clássica e à primeira sessão de cineclube…

Na hora de partir havia em mim um misto de vontade de conhecer coisas novas e tristeza de deixar para trás aquele cenário que me tinha trazido tantas coisas maravilhosas.

Voltei em 2013, a cidade já não tinha o mesmo nome nem sequer o país era o mesmo. Foi uma nova descoberta muito feliz. Vadiar de novo a pé pelas ruas…falar com as pessoas…fotografar…entrar em locais onde nunca tinha estado…fazer coisas que nunca tinha feito… Foi extraordinário… Nostalgia do passado não houve nem um bocadinho. Foi uma viagem muito rica e divertida da qual saíram alguns dos nossos filmes.

Deixo-lhes aqui coisas, que só nessa altura, pela primeira vez consegui “ver com olhos de ver”.

Manuel Rosário
Junho 2024

Galeria de Imagens

Fotos de Manuel e Minnie Freudenthal

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Escrito por

Médico Gastroenterologista, nasceu em Lisboa em 1951. Fez o curso de Medicina na Faculdade de Medicina de Lourenço Marques e Faculdade de Medicina de Lisboa. Fez a especialidade no Harlem Hospital em Nova Iorque. Vive em Lisboa desde 1986.

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Últimos comentários
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    Moçambique?

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    Não conheço Maputo. Não conheci Lourenço Marques, Gostei muito das fotografias e do olhar sobre o que mostram.

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    Nostalgia do passado não houve nem um bocadinho.
    Isto diz o Manel. Em Moçambique presumo.
    Intrigante. críptico e para mim incompreensível. Aqui o Manel surpreende-me.
    Um abraço