De A a Z, tudo se pode fazer DE OUTRA MANEIRA...
 

Le plus que parfait

Je suis encore à ma fenêtre,je regarde et je m’interroge… J’étais allée… et puis, ça y est, les français sont allés jusqu’au “plus que parfait”, je me rappelle bien quand j’étais gosse… Estou a ver-me com a minha Mãe, ela com o livro da conjugação dos verbos em francês, de capa preta, e eu lá ia recitando todo aquele rol na véspera do ponto enquanto ela ia assentando com a cabeça e dizia “muito bem”. Devia eu ter uns 14 ou 15 anos. Para a Mãe era muito importante que eu soubesse falar bem francês e, surtout, il fallait avoir un bon accent ! Não é “maintenãnt, não digas isso, é” maintenánt”. E eu. fiz-lhe a vontade… Mais uma. Lembro-me que devia ter uns 3 anos no máximo quando a minha querida Mãe começou a falar em francês comigo sempre com bon accent.
Le vert se mouvemente , plier, second, commencé! Laralala… Maintenant je sais:je sais qu’on ne sait jamais… Ah, comme il est beau, notre cher Jean Gabin…
O verde ondulante numa dança única porque específica era aquela conjugação, plus que parfaite, do vento, do Sol e das ondas naquela hora. Il y a soixante coups qui ont sonné à l’horloge… O verde a bailar, desinibido e pleno de elegância, sobre e sob os azuis, do mar e do céu, neste dia especial, uma gaivota solitária a planar no horizonte… Verde e Azul, um rasgo escuro, o cheiro do mar, o canto do vento. Uma Ópera digna de Puccini.
E, para ver melhor, fechei levemente os olhos sem fazer barulho e escutei. Antoine de Saint Exupery tinha toda a razão quando disse: l’essentiel est invisible pour les yeux… E gosto tanto daquela primeira frase de “La terre des Hommes” : La terre nous en apprend plus long sur nous que tous les livres. Parce qu’elle nous résiste.

Isabel Marquez
Setembro, 2017

le plus que parfait
le plus que parfait

Fotos de Minnie Freudenthal e Manuel do Rosário

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Escrito por

Lisboa, 1958 Licenciatura em Economia/Gestão pela UCP e Pós- Graduação em Altos Estudos Europeus, College d'Europe, Bruges. Entrei na Carreira Diplomática em 1989. Publiquei livros e artigos sobre Integração Europeia. Sou apreciadora de Arte sob todas as formas. Preciso de escrever, de ar livre, de fazer desporto. Guincho e Zermatt são os meus alter egos.

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Últimos Comentários
  • Amei o texto, muito bem escrito. Muitos PARABÉNS

    É bem verdade Isabelinha: l’essentiel est invisible pour les yeux