Viva a Companhia Maior!
Uma companhia de artistas maiores de 60 anos, que foi criada em 2010, pelas mãos da Luísa Taveira e do Tiago Rodrigues.
Artistas que pertenceram ou pertencem à Companhia Maior
Angelina Mateus | António Pedrosa | Carlos Fernandes | Carlos Nery | Catarina Rico | Celeste Melo* | Cristina Gonçalves | Diana Coelho |Edmundo Sardinha | Elisa Worm | Helena Marchand | Isabel Millet | Isabel Simões | Iva Delgado | João Silvestre |Jorge Falé | Jorge Leal Cardoso | Júlia Guerra | Kimberley Ribeiro | Manuela de Sousa Rama | Maria Emília Castanheira | Maria Helena Falé | Maria José Baião | Mário Figueiredo| Michel | Paula Bárcia | Vítor Lopes*
*falecidos
Direcção
Paula Varanda
Produtora
Sofia Batista
Luisa Taveira
2010
Empenharmo-nos nesta causa de dar voz à criatividade de uma idade maior não é só um dever. É sobretudo uma janela aberta para um potencial artístico que, numa era onde se preza a jovialidade da imagem e da atitude, pode ser de uma frescura arrebatadora, porque é pleno de VIDA na verdadeira acepção da palavra.
O cerne do projecto desta companhia, cuja ideia data de 2007, é o aproveitamento da experiência acumulada de artistas oriundos das diversas vertentes das artes performativas. Trata-se de valorizar a maturidade, os saberes forjados e aperfeiçoados ao longo do tempo e o intenso desejo de comunicar desta fase da vida, em que a reflexão e a ponderação já tiveram mais espaço para vaguear, mais tempo para duvidar, equacionar, concluir…
O tempo, a memória e a experiência são elementos chave neste projecto de artistas que, em período de balanços e avaliações, se encontram também na fase mais propícia ao estabelecimento de diálogos e entendimentos: entre diversas maneiras de fazer, entre diferentes ofícios, mas também entre tempos e gerações diferentes. São artistas intervenientes a quem a vida não roubou a insatisfação e a curiosidade e, por outro lado, cuja idade já nada tem a ver com oportunismos ou efeitos fáceis.
A reacção do Centro Cultural de Belém a esta proposta foi imediata e de grande entusiasmo, bem como a de diversos agentes culturais que foram sendo contactados. À medida que fomos auscultando estas opiniões, foi crescendo em nós alguma ansiedade perante as expectativas do projecto. Conhecíamos bem, não só as responsabilidades artísticas, como as sociais e éticas que nele estavam implícitas, mas o carácter inédito desta iniciativa exigia de nós o esforço e, mais do que isso, o engenho de a transformar numa experiência tão exemplar quanto possível.
Foram dois anos de maturação e de trabalho de campo, onde as práticas de uma Company of Elders, em Inglaterra, de um Nederlands Dance Theater, na Holanda e a do The Bealtaine Festival, na Irlanda serviram como bons pontos de partida. A adaptação a uma realidade artística e social portuguesa protagonizou a fase seguinte. Os pareceres de amigos e profissionais foram de grande importância, sobretudo os do Tiago Rodrigues que esteve presente quase desde o início e cujo envolvimento foi fundamental.
Pensamos neste projecto como extravasando qualquer personalidade ou instituição.
É no CCB que ele nasce, e é também a casa que o pode acolher, mas julgamos que só será MAIOR se verdadeiramente nos pertencer a todos. A presença de um conselho consultivo, tão habitual nas formações anglo-saxónicas e constituído por personalidades da sociedade civil, é uma das respostas a esta intenção.
Tiago Rodrigues
Outubro, 2015
A Companhia Maior está a celebrar 5 anos de actividade. É composta por intérpretes maiores de 60 anos e todos os anos tem criado uma nova peça, sempre em residência no CCB, além de várias coproduções em que vem participando. Já fez digressão em mais de uma dezena de cidades portuguesas e também em França. Em cinco anos, a Companhia Maior trabalhou com artistas como Clara Andermatt, Mónica Calle e a Casa Conveniente, Tim Etchells, Jorge Andrade e a Mala Voadora, Ana Borralho e João Galante, Nuno Cardoso e o Ao Cabo Teatro e a companhia belga Tristero. Este caminho é percorrido pelos bravos intérpretes desta companhia mas não seria possível sem várias pessoas que têm apoiado este projecto, lideradas pela extraordinária Luísa Taveira que, há cinco anos, me desafiou a partilhar este projecto e me ofereceu o imenso privilégio de ter sido o primeiro artista a dirigir a Companhia Maior numa coprodução com o Mundo Perfeito. No próximo dia 12, estreia mais um espectáculo, agora com direcção de Filipa Francisco, e nunca um título foi tão apropriado para contar a história deste projecto: Força.
Trailers dos espectáculos
Texto e encenação de Tiago Rodrigues (2010)
Direcção e coreografia de Clara Andermatt (2011)
Encenação, figurinos e espaço cénico de Mónica Calle (2012)
Encenação de Ana Borralho & João Galante (2013)
Texto de Tim Etchells, encenação de Jorge Andrade (2014)
Encenação de Peter Vandenbempt (2014)
Direcção e coreografia de Filipa Francisco (2015)
Encenação de Tonan Quito (2016)
Encenação de Pedro Penim (2017)
Mapa Mundi, encenação de Joana Craveiro (2018)
Direcção e coreografia de Sofia Dias e Vitor Roriz (2019)
Natureza Fantasma, direcção de Marco Martins (2021)
Transatlântico, encenação de Ricardo Neves-Neves (2022)
NOTA: Nem todos os espectáculos têm trailer por isso, alguns estão representados por fotografias.
Galeria de fotos
Fotos e vídeos da Companhia Maior
Cristina Gonçalves
Outubro, 2017
Paula Bárcia | 2017-10-04
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Grande trabalho e grande surpresa! Adorei rever e rever-nos, mais novos, menos marcados, mas com a mesma energia.
Já temos um caminho….
Cristina Gonçalves | Autor | 2017-10-04
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É mesmo isso, Paula! Já temos caminho… (feito com muita coragem e emoção) obrigada!
Isabel almasqué | 2017-10-08
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até que enfim que a companhia maior tem a devida divulgação. Merecem não só pela qualidade do trabalho mas também pela pedrada no charco que representam. as fotos são fantásticas.. belo trabalho.
Maria de Assis | 2017-10-11
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Boa Cristina PARABÉNS! Que bom ver ESTE material reunido sobre a Companhia Maior. Para quando a tua proposta para a estrutura do site? Temos mesmo que avançar com esse PROJECTO….. kiss
Cristina Gonçalves | Autor | 2017-10-11
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Obrigada, Maria! Falamos depois…um beijo