Desde os anos 80 que fotografamos Grafitis quando descobrimos no metro de NY os desenhos de Keith Haring e as loucas carruagens todas grafitadas.
Desde então, para onde quer que viajemos, desde a Austrália, riquíssima em grafitis, ao Irão, onde quase apenas há propaganda governamental na rua, procurar grafitis serve de pretexto para explorar nas cidades as zonas menos percorridas por turismo convencional.
Também em Cuba, para além da já esperada propaganda governamental revolucionária, tentámos olhar as paredes e procurar esta forma de expressão efémera dissociada dos circuitos comerciais. Esta arte não se vende, vive-se na sua espontaneidade e no prazer de se pintar.
Visitar Cuba ainda oferece a oportunidade de viver a organização política dum regime estilo “soviético” no coração dum povo artístico e esfusiante em música.
Ao contrário de outros regimes autocráticos que visitámos, onde a mulher vive escondida, aqui em Cuba as formas femininas escaparam à repressão do regime e a arte de rua, embora seja controlada pelo governo, também encontra espaço nas suas cores e nas suas representações.
Che Guevara é talvez ainda um ídolo amado que escapou ao desgaste da vida e a sua imagem espreita-nos, tirando de nós o saudosismo de um tempo onde a revolução jovem transbordava de energia
Minnie Freudenthal
Fevereiro 2011
Música: St. Germain “Nova Grooves”
Fotos de Ana Henriques, Isabel Almasqué, Manuel Rosário, Minnie Freudenthal e Vanda Oliveira