Dezenas de igrejas, casarões com pátio interior e enorme porta de entrada para carruagens, com uma portinha inclusa para deixar passar as pessoas. O absurdo barroco mexicano, churrigaresco e nativo. Uma igreja desactivada que agora é um centro cultural e onde passei um par de horas a ouvir uma orquestra local. Dia dos mortos com festins e oferendas em todo o lado. Os cemitérios concorridíssimos. As Catrinas, esqueletos vestidos de rendas e crinolinas como senhoras do século XIX, são o ex-libris das comemorações. Mas o mais surpreendente foi a comida. Cada prato tinha um sabor intrigante e original, que me punha a tentar adivinhar os condimentos. Até o mais prosaico Creme Brulèe era diferente, condimentado com açafrão e com resultados brilhantes. Comecei por caminhar dois quilómetros, por dia, para queimar as calorias extras que a comida impunha. Acabei a andar dez, por dia. De volta a casa recordo a sopa de caranguejo mole, sopa de chipotle e chicharrones, doce de mole com rompope, etc,etc.
José Luís Vaz Carneiro
Novembro, 2013







Fotos de José Luís Vaz Carneiro