No mapa da ilha Teshima, uma das exposições que podíamos visitar, dava pelo nome de Floresta Encantada.
As bicicletas eléctricas, que alugámos para percorrer a Ilha, davam-nos um espírito jovial e explorador. Numa espécie de caça ao tesouro, tentávamos ver o maior número possível de instalações artísticas. Mas, como já é habitual, acabámos por sair do mapa traçado e escolher caminhos próprios.
Desta vez, ao voltar duma pausa num promontório não longe da instalação Les Archives Du Coeur por Christian Boltanski *, decidimos seguir por um caminho à direita na floresta, que nos lembrou a tão prometida Floresta Encantada. Quem sabia se não seria por ali?
Ao chegar ao cimo da elevação, os meus olhos pousaram em mil padrões como se fossem instrumentos de música empilhados. Tinha que ir chamar os meu companheiros que vinham a caminho com as bicicletas. Era ali a Floresta Encantada.
Eram afinal milhares de bóias empilhadas, onde a luz penetrava entre sombras e troncos de árvores. Voltei a pensar se teria encontrado a Floresta Encantada, mas não, aquilo mais parecia um cemitério de bóias. Ao fundo, havia uma pequena praia abandonada, com um velho duche que nos refrescou à saída do banho de mar.
Sempre era uma floresta encantada…e também podia ser uma instalação.
Minnie Freudenthal
Junho, 2021
Galeria de Imagens
Fotos de Minnie Freudenthal e Manuel Rosário
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